O relatório final da Comissão Municipal da Verdade de João Pessoa (CMV) foi divulgado e é o resultado de um trabalho que durou sete anos para apurar e esclarecer, indicando as circunstâncias e a autoria, as violações de direitos humanos praticadas entre 1946 e 1988 durante o período da Ditadura Militar.
O CMV teve como objetivo efetivar o direito à memória e a verdade histórica e promover a reconciliação nacional. A lei que regulamentou a criação da CMV foi autorizada pelo prefeito Luciano Cartaxo no Semanário Oficial do município em 27 de março de 2014 e é de autoria do vereador Flávio Eduardo Maroja (Fuba).
Fizeram parte da CMV a artista plástica e filósofa Marlene Costa Almeida, a professora associada do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal da Paraíba, Maria Nazaré Tavares Zenaida, a professora e titular do departamento de História da UFPB, Monique Cittadino e o professor associado do Departamento de Ciências Sociais da UFPB, Rodrigo Freire.
No relatório foram contadas as histórias de 15 pessoas que tiveram os seus direitos humanos violados durante a Ditadura Militar em João Pessoa, entre elas a artista e militante Zezita Matos, que fez parte da juventude comunista, em 1958 e escapou da prisão durante a repressão, após todos os seus colegas de militância serem presos, pelo fato é que seu nome verdadeiro era Severina e não Zezita.
A história do deputado estadual petista, Anísio Maia também foi contada. O parlamentar paraibano fazia parte do Partido Comunista Revolucionário (PCR) e conseguiu escapar da prisão, após um colega ter sido preso e ele ter conseguido fugir para Recife. O relatório final da Comissão Municipal da Verdade foi divulgado dia 5 de março de 2021.