Família de Júlia dos Anjos tenta se recompor após morte da adolescente; suspeito aguarda julgamento

O suspeito de matá-la é o próprio padrasto, que confessou o crime e indicou o local onde o corpo da menina estava.

O dia 7 de abril de 2022 deixou uma marca trágica na família da adolescente Júlia dos Anjos. Essa foi a data em que a menina de 12 anos foi dada como desaparecida. Ela foi encontrada morta dias depois. O suspeito de matá-la é o próprio padrasto, que confessou o crime e indicou o local onde o corpo da menina estava: uma cacimba em uma área de vegetação da Praia do Sol, no Litoral Sul de João Pessoa.

Longe da filha, Jeferson Brandão estava trabalhando no Paraná quando recebeu a notícia. Ele e a esposa Karine Domingues chegaram em João Pessoa no dia seguinte, deixando tudo para trás.

“Foi um choque. Recebi a ligação quando estava no trabalho e demorou um pouco para cair a ficha que ela tinha desaparecido. Eu consegui chegar em casa o mais rápido possível e corri para organizar tudo e para poder vir para cá (João Pessoa)”, revelou em entrevista.

A tia da Júlia chegou ainda na madrugada, do dia do desaparecimento da menina. O último contato do pai e da tia foi no Paraná, durante as férias de Júlia.

“Estava na empresa e o telefone tocou era pouco mais de duas horas. O meu padrasto falou: sua mãe não queria que contasse, mas a Júlia sumiu. Eu vim com a roupa que eu estava na empresa. Falei pro meu marido me levar pro aeroporto, que eu vou. Ele me falava pra eu ter calma”, relembrou Joseane Araújo.

Os dias se arrastaram até que o padrasto, Francisco Lopes, confessou o crime e indicou o local onde o corpo estava. Uma notícia que fez o mundo de Josélia Araújo, mãe da menina Júlia, desabar.

Mãe de um menino de 3 anos e grávida do padrasto, Josélia tenta lidar com toda essa dor, aumentada com a enxurrada de críticas e julgamentos feitos contra ela, pela internet.

“É pior coisa. Não tem perdão. Ele cegou a mim, a minha família. É um completo psicopata. Tudo o que eu tinha de mais bonito na minha vida era ela. Júlia era a melhor filha do mundo. Não tem nada que justifique”, lamentou.

Enquanto a família tenta lidar com o luto da perda da menina Júlia, Francisco Lopes segue preso preventivamente no Presídio do Róger. Em depoimento ele confessou ter abusado da menina e que vinha cometendo esse ato há quatro meses. Essa semana a direção do presídio iria tirá-lo do isolamento para um pavilhão com maior convívio, porém com os novos elementos da investigação ele passou para o pavilhão da violência doméstica, próximo a administração do presídio e está aguardando a conclusão do inquérito e o julgamento pelo Tribunal de Justiça da Paraíba.

O retorno ao Paraná ainda é incerto. A família aguarda as investigações e quer justiça. E quando do esse dia chegar, a volta para casa não será fácil. “Pra mim vai ser um baque muito grande, de entrar na minha casa, ver as coisinhas dela lá”, disse a tia.

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