Lula faz reunião hoje para avaliar volta dos impostos sobre combustíveis

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, conta com a volta da tributação para ajudar na sua estratégia de reduzir o buraco das contas públicas deste ano

SAO BERNARDO DO CAMPO, BRAZIL - MARCH 10: Luiz Inacio Lula da Silva, Brazil's former president, speaks during a press conference after convictions against him were annulled at the Sindicato dos Metalurgicos do ABC on March 10, 2021 in Sao Bernardo do Campo, Brazil. Minister Edson Fachin, of the Federal Supreme Court, annulled on Monday the criminal convictions against former President Luiz Inacio Lula da Silva on the grounds that the city of Curitiba court did not have the authority to try him in court for corruption charges and he must be retried in federal courts in the capital, Brasilia. The decision means Lula regains his political rights and would be eligible to run for office in 2022. (Photo by Alexandre Schneider/Getty Images)

Aliados do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, temem que o presidente Lula tome nesta segunda-feira (27) uma decisão que enfraqueça a equipe econômica.

A ala política do governo pressiona pela manutenção da desoneração de tributos federais cobrados sobre gasolina e etanol, enquanto o Ministério da Fazenda defende a volta, a partir de março, da cobrança de PIS e Cofins.

Segundo assessores presidenciais, a tendência é o governo tomar uma decisão de meio-termo. Uma volta gradual da cobrança dos tributos, dando tempo para que a Petrobras faça ajustes na política de preços, para evitar aumentos que tenham impacto na inflação.

O tema será debatido em reunião de Lula e Haddad com ministros e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, no Palácio do Planalto.

Lula e Haddad se falaram no sábado, quando o ministro da Fazenda ainda estava na Índia para tratar do assunto.

Fernando Haddad defendeu a volta agora em março da cobrança de PIS e Cofins sobre gasolina e etanol. Para o diesel e gás de cozinha a desoneração está mantida até o final do ano.

Só que a ala política reagiu e passou a defender, de novo, que fosse prorrogada a desoneração, adotada pelo governo Bolsonaro.

Segundo interlocutores de Haddad no empresariado e mercado financeiro, uma nova derrota da equipe econômica seria um péssimo sinal e teria impacto negativo nas projeções para a economia brasileira.

A expectativa da equipe de Haddad é que o presidente Lula não siga a posição defendida pela ala política, e tome uma decisão que contemple em parte o pedido da área econômica.

Haddad conta com a volta da tributação para ajudar na sua estratégia de reduzir o buraco das contas públicas deste ano.

Se a cobrança de PIS e Cofins voltar em março, geraria uma arrecadação de R$ 28 bilhões. Se a volta for gradual, seria menor, mas já ajudaria neste trabalho de recuperação das contas públicas, considerada vital pela equipe econômica.

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