Após ser confundida com uma atriz pornô americana, em um vídeo que circulou pela internet, a atriz Paolla Oliveira publicou um texto nas redes sociais depois de deixar a delegacia de crimes cibernéticos, no Rio, nesta terça-feira (16).
"Não se calem. Denunciem!!!", escreveu a atriz. "Foi muito violento mesmo não sendo eu naquele vídeo, fico imaginando a dor de quem é realmente vítima de pornografia de vingança ou qualquer tipo de exposição da sua intimidade. A internet não se apaga. Cuidem-se", afirmou Oliveira.
A atriz conta que a polícia agora deve instaurar um inquérito para partir a identificação dos autores, que podem pegar até um ano de prisão por crime contra a honra.
Oliveira esteve na delegacia na tarde desta segunda-feira para prestar queixa sobre a veiculação de um vídeo pornô no qual a atriz foi apontada como participante.
O vídeo de dez segundos mostra uma atriz pornô americana bastante semelhante a Oliveira e tem viralizado por redes sociais e por aplicativos de bate-papo. A equipe de defesa de Paolla Oliveira identificou a mulher como Verônica Radke. O trecho do vídeo, segundo o advogado da atriz brasileira, foi retirado de um filme pornô já existente e mais antigo, de mais de seis minutos. "Este é um crime contra a honra e infelizmente a pena é baixa no Brasil", disse Sartori à reportagem.
O delegado afirma também que não se pode confundir o caso de Paolla Oliveira com os crimes enquadrados na Lei Carolina Dieckmann, que prevê a invasão de dispositivos de informática e que, segundo ele, está completamente em desuso. "Hoje em dia ninguém mais invade dispositivo. Invade-se a rede", diz.
"Este é um crime contra a honra, pois não tem previsão na nossa lei de um crime específico para isso. Há um crime que se criou recentemente, sobre a divulgação de fotos de nudez e cenas de sexo, mas o caso da Paolla só seria enquadrado aqui caso o vídeo fosse de fato dela", explica.
Mesmo aqueles que divulgaram o vídeo dizendo que apenas achavam que as cenas eram de Paolla Oliveira poderão ser condenados, segundo o delegado. "Essa pessoa também está ofendendo a atriz e não tomou os cuidados necessários para checar se as imagens eram dela ou não."
Paolla Oliveira estava acompanhada de seu advogado, Ricardo Brajterman, quando foi à delegacia para prestar a queixa. A atriz quer identificar o narrador do vídeo que diz que a mulher nas imagens é ela e também as pessoas responsáveis por fazer o upload das imagens.
A atriz, que não quis falar com os jornalistas presentes na delegacia, foi recentemente às redes sociais desabafar sobre o caso. "Em dois minutos de pesquisa, qualquer pessoa que teve acesso a isso descobriria. NÃO SOU EU, É OUTRA MULHER", escreveu ela, chateada por alguns veículos de imprensa falarem do vídeo e usarem a palavra "supostamente" para explicar o caso.
Não é a primeira vez que Paolla Oliveira se vê diante de uma polêmica como essa. Em 2018, Oliveira teve fotos nua vazadas enquanto gravava a série Assédio. Na época, ela se revoltou. "Sou atriz e estou trabalhando em uma série que se chama Assédio, uma produção da Globo com a O2Filmes. Em um ambiente controlado, fechado e profissional, um criminoso (não há outra palavra que o defina – pois o que foi feito é crime) resolveu fazer fotos clandestinas de um momento mais sensual."
Oliveira está no ar agora como a influenciadora digital Vivi Guedes, em "A Dona do Pedaço" (Globo).