Pandeiristas relembram Jackson do Pandeiro e exaltam legado do artista na PB

Quatro pandeiristas que viveram na mesma época que Jackson do Pandeiro relembraram o músico no curta-metragem documental 'Galos-de-Campina', produzido em Campina Grande. Biliu de Campina, Baixinho do Pandeiro, Abdoral do Pandeiro e Benedito do Rojão relataram a influência do "Rei do Ritmo" em suas carreiras.

 

Biliu de Campina: o 'pandeiro universal'

O músico Biliu de Campina, de 70 anos, confessa não ter conhecido Jackson do Pandeiro pessoalmente, mas que durante sua infância sempre o ouvia no programa "Forró de Zé Lagoa", na Rádio Borborema, apresentado por Rosil Cavalcanti.

Biliu fala de Jackson com propriedade por ter sido um dos músicos da região a dar continuidade ao legado do pandeirista. "Além da sua versatilidade, do seu modo de tocar e de sua identidade excessiva, ele também abria espaço para todos. Para todo mundo que o procurou, a sua casa no Rio de Janeiro foi aberta", relata Biliu de Campina.

O pandeirista de Campina Grande ainda fala sobre a singularidade do "rojão", que ele diz ser um ritmo "jacksoniano" original.

 

"O pandeiro de Jackson é universal, mais mundo, mais éter e está acima de toda concepção musical que existe por aí", afirmou Biliu de Campina.

 

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Baixinho do Pandeiro: 'a manha' de Jackson

Baixinho do Pandeiro, de 79 anos, tem lembranças de Jackson no programa "Forró de Zé Lagoa", mas também diz não o ter conhecido pessoalmente. Ele conta que quando saiu de Remígio para Campina Grande, na década de 70, Jackson do Pandeiro já havia saído da cidade. Toda a influência do artista foi deixado pelas ondas sonoras.

 

"Jackson era um cara muito entendido. Na hora do breque, ele fazia no pandeiro. Só quem sabia da manha do pandeiro, da esquerda pra direita, o contratempo atravessado, era ele!", exaltou Baixinho do Pandeiro.

 

O Baixinho também fala da atitude corajosa de Jackson, ao sair do interior da Paraíba e ganhar o mundo. "O cara é esse aí. De gogó, pra desafiar todos os brasileiros do Sul do país, não apareceu outro Jackson, não. Nenhum!", disse.

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Baixinho do Pandeiro em making of do curta-metragem documental Galos-de-Campina — Foto: Renally Lucas/Divulgação

 

Abdoral do Pandeiro: o samba de Jackson

 

O músico Abdoral do Pandeiro, de 89 anos, diz ter conhecido o "Rei do Ritmo" mais a fundo depois de ter ingressado no conjunto de Rosil Cavalcanti, que compôs diversos sucessos para Jackson. Ele lembra que teve a oportunidade de gravar comerciais para rádio junto com o músico: um de aguardente e um de sandálias.

O pandeirista, que dedicou grande parte da sua vida ao chorinho, ao lado do mestre Duduta e Seu Regional, relembra a habilidade de Jackson do Pandeiro no samba, um dos ritmos que o fez ser reconhecido no mundo inteiro.

"Rapaz, é o seguinte. Jackson era de tudo! Agora no samba, no choro, no estilo de samba, né? Ele era demais!", relatou Abdoral do Pandeiro.

 

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Abdoral do Pandeiro em making of do curta-metragem documental Galos-de-Campina — Foto: Yago Paolo/Divulgação

 

Benedito do Rojão: 'Jackson está vivo'

O pandeirista Benedito do Rojão, de 86 anos, diz ter conhecido Jackson intimamente. Desde quando o "Rei do Ritmo" trabalhava em uma padaria e nos horários de folga tocava pandeiro com ele no forró da feira. "Na rua boa, como dizia Rosil", contou Benedito.

O músico também falou da dificuldade de gravar músicas na época. Ele relata que até mesmo Jackson precisou sair da Paraíba para poder gravar. "Lá no Rio ele brilhou, fez a carreira dele e ainda hoje nós fazemos shows com as suas músicas. Hoje eu estou gravando na linha de Jackson, estou montado no esquema dele", afirmou Benedito do Rojão.

O pandeirista declarou sua admiração pelo 'Rei do Ritmo' e exclamou que o legado deixado por Jackson do Pandeiro permanece vibrante. "Jackson era um artista excelente! Morreu, mas está vivo para o Brasil!" diz, Benedito.

Benedito conclui o seu relato em um discurso que exprime sua relação com o instrumento que coroou Jackson: o pandeiro.

 

"Tudo quem me deu foi esse aqui! A minha vida, o meu problema, a minha cultura, o meu entender, o meu saber, a minha profissão legítima quem me deu foi esse aqui!", concluiu Benedito do Rojão.

 

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