Brasileiros chegam ao sul de Gaza e têm janela de 6 horas para cruzar fronteira

O grupo conseguiu fazer o trajeto entre o abrigo no norte de Gaza, onde estavam, e a cidade de Khan Younes, no sul, e aguardavam sinal verde da Embaixada do Brasil na Palestina para seguir até a fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito.

Depois de ter a viagem adiada por conta de novos bombardeios, o grupo de 19 brasileiros que tenta deixar a Faixa de Gaza conseguiu embarcar novamente em um ônibus fretado pela Embaixada do Brasil na Palestina e chegou ao sul do território neste sábado (14), segundo o embaixador brasileiro, Alessandro Candeas.

O grupo conseguiu fazer o trajeto entre o abrigo no norte de Gaza, onde estavam, e a cidade de Khan Younes, no sul, e aguardavam sinal verde da Embaixada do Brasil na Palestina para seguir até a fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito.

EM KHAN YOUNES, OS BRASILEIROS FORAM LEVADOS AO PRÉDIO NO QUAL VIVE UMA FAMÍLIA BRASILEIRA. ELES FICARÃO LÁ, SEGUNDO A EMBAIXADA, ENQUANTO ESPERAM PARA CRUZAR A FRONTEIRA E EMBARCAR, JÁ NO EGITO, EM UM AVIÃO DA FORÇA AÉREA BRASILEIRA (FAB) QUE OS LEVARÁ AO BRASIL.

Um dos desafios para cumprir essa trajeto é que o grupo pode ter agora uma janela de poucas horas para conseguir cruzar a fronteira.

Isso porque, segundo disseram integrantes das negociações entre Egito, Israel e Estados Unidos à agência de notícias Associated Press e à rede de TV Al-Jazeera, as partes chegaram a um acordo para abrir a fronteira entre o sul de Gaza e o Egito – que está fechada desde o início da guerra entre Hamas e Israel.

Fontes de Washington disseram à Al-Jazeera que a fronteira ficará aberta entre meio-dia e 17h no horário local (entre 06h e 11h no horário de Brasília). Já membros do Itamaraty afirmaram à TV Globo e à GloboNews que Israel não deve permitir a abertura dessa fronteira neste sábado.

A rede CNN Internacional afirmou que fontes do Ministério da Defesa de Israel autorizaram a passagem entre Gaza e Rafah, no Egito, mas não especificaram quando a fronteira seria aberta.

Apenas cidadãos estrangeiros poderão passar por esse corredor, segundo o acordo.

Trajeto bombardeado

O trajeto entre o abrigo de onde o grupo saiu, no norte de Gaza é de apenas 25 quilômetros – em tempos normais, duraria cerca de 30 minutos. Mas a previsão era de que a viagem poderia durar até duas horas caso houvesse bombardeios.

Nesta madrugada, um ataque com mísseis atingiu um comboio de civis que fazia o mesmo trajeto, do norte ao sul, e deixou 70 pessoas mortas, entre bebês e mulheres.

Para garantir a segurança, a Embaixada esperou a garantia, por Tel Aviv, de que não haveria bombardeios na rota. O embaixador Alessandro Candeas afirmou também que a Embaixada informou a placa e o modelo do ônibus a autoridades de Israel e ao Hamas, que governa e controla a Faixa de Gaza.

Mais cedo, os brasileiros chegaram a colocar bagagens no porta-malas do ônibus, mas, por conta de informações sobre novos bombardeios de Israel no trajeto, tiveram de voltar ao abrigo onde estavam.

Os ônibus para transporta-los chegaram durante a noite de sexta-feira (13), mas embaixada brasileira na Palestina considerou que era muito arriscado iniciar o deslocamento, por conta da série de bombardeios realizados por Israel.

Os brasileiros estavam abrigados na escola Rosary Sisters School, ao norte de Gaza.

O avião enviado pelo governo brasileiro para resgata-los da região e trazê-los de volta ao Brasil está em Roma, na Itália, e aguarda que o grupo cruze a fronteira para voar o Egito. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou na sexta-feira (13) que o embarque será realizado em um local no Egito perto da fronteira com a Faixa de Gaza, e não mais na capital, Cairo.

VEJA IMAGENS DOS BRASILEIROS CARREGANDO OS ÔNIBUS:

Brasileiros começam a embarcar em ônibus para deixar norte de Gaza — Foto: Arquivo pessoal

Brasileiros começam a embarcar em ônibus para deixar norte de Gaza — Foto: Arquivo pessoal

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