Uma das professoras da Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano (SP), que presenciou o massacre no último dia 13, disse que não quer voltar ao local e que terapia nenhuma vai fazê-la esquecer o que presenciou ali.
"Não consigo nem chegar perto da porta da escola. Não quero mais voltar ali mesmo que eu esteja bem. Nunca vou esquecer aqueles corpos ensanguentados. Nenhuma terapia vai me fazer esquecer isto. Pode fazer eu melhorar um pouco, continuar minha vida, mas não vou esquecer."
Em entrevista ao 'UOL', a docente, que não quis se identificar, falou ainda que não se considera uma heroína, mas sim uma sobrevivente.
Soube que o governo [de São Paulo] deu medalha de honra a gente que estava na escola. Não sou heroína, sou sobrevivente. O que o professor está precisando é de melhores condições de trabalho, de segurança na escola. O que faço com uma medalha se um atirador chegar lá? Dou para ele a medalha?"
O governo de São Paulo determinou a retomada do ano letivo na escola na semana passada e ofereceu suporte psicológico a professores, funcionários e estudantes. As medalhas a que a professora se refere foram entregues pelo Estado para homenagear sobreviventes do massacre e pessoas que ajudaram as vítimas.