O médico pediatra Fernando Cunha Lima, investigado por suspeita de abusar de crianças em seu consultório em João Pessoa, está foragido da Justiça há um mês. A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba determinou, em decisão unânime no dia 5 de novembro, a prisão preventiva do acusado.
Além da ordem de prisão, a Justiça autorizou buscas e apreensão de aparelhos eletrônicos, como celulares, computadores e dispositivos de informática, além de fichas médicas sob posse do médico. Também foi decretada a quebra de sigilo telefônico e de dados armazenados nos dispositivos eletrônicos e fichas médicas, com perícia nas mensagens e ligações realizadas e recebidas. A análise será restrita aos fatos investigados, mas poderá incluir possíveis evidências de outras atividades ilícitas que justifiquem novas investigações.
Segundo os autos do processo, o médico usava sua posição durante consultas para atrair as vítimas a situações isoladas, onde não havia testemunhas. Em outros casos, utilizava artifícios para mascarar os atos abusivos, mesmo quando parentes das vítimas estavam presentes no consultório.
Primeira Audiência de Instrução
Nos dias 29 e 30 de outubro, ocorreu a primeira audiência de instrução no caso envolvendo o pediatra. Foram ouvidas duas vítimas e sete testemunhas de acusação. A sessão foi realizada de forma híbrida, com participações presenciais e online, na 4ª Vara Criminal de João Pessoa.
O médico é suspeito de abusar de seis crianças, mas o processo atual trata de acusações relacionadas a quatro vítimas.
O advogado de defesa, Aécio Farias, declarou que Fernando nega as acusações e está comprometido em provar judicialmente sua inocência.
Entre as testemunhas de acusação, destaca-se a sobrinha do médico, de 42 anos. Ela afirma ter sido abusada pelo acusado em 1991, quando tinha apenas nove anos.