Câmara se prepara para votação final da reforma tributária; projeto já aprovado no Senado traz mudanças significativas

A reforma tributária, aprovada no Senado na última quinta-feira (12), será avaliada pela Câmara dos Deputados entre os dias 16 e 17 de dezembro, de acordo com apuração do portal.

A reforma tributária, aprovada no Senado na última quinta-feira (12), será avaliada pela Câmara dos Deputados entre os dias 16 e 17 de dezembro, de acordo com apuração do portal. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), convocou uma sessão extraordinária para as 17h da próxima segunda-feira, embora a pauta oficial ainda não tenha sido divulgada.

O projeto, que visa uma ampla reformulação no sistema tributário brasileiro, retorna à Câmara após modificações feitas pelo Senado. O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) é o relator do texto, que busca aprovação antes do recesso legislativo para posterior sanção presidencial.

Objetivo da reforma tributária

A proposta pretende simplificar a cobrança de impostos e promover maior justiça fiscal, modernizando a estrutura tributária do país e reduzindo desigualdades. Um dos destaques do texto é a substituição dos tributos atuais pelos novos IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), CBS (Contribuição Social sobre Bens e Serviços) e o Imposto Seletivo (IS), que incidirá sobre produtos prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente.

Mudanças e destaques no texto aprovado pelo Senado

O relatório do Senado, sob a relatoria de Eduardo Braga (MDB-AM), trouxe alterações significativas, incluindo mudanças na alíquota padrão e em benefícios fiscais para setores específicos. Entre as principais mudanças, destacam-se:

  • Exclusão de armas, munições e bebidas açucaradas do Imposto Seletivo (IS).
  • Redução de 60% nas alíquotas do IBS e da CBS para serviços de saneamento básico.
  • Inclusão de médicos veterinários na categoria de saúde humana com alíquota reduzida.
  • Isenção de impostos para medicamentos destinados a tratar câncer, Aids, doenças raras e negligenciadas.
  • Isenção para veículos de até R$ 200 mil adquiridos por pessoas com deficiência e autistas.
  • Redução de alíquotas para produções culturais e artísticas, eventos e imóveis residenciais novos.

Além disso, produtos como erva-mate foram incluídos na cesta básica, enquanto itens como óleo de soja foram excluídos. A alíquota padrão, inicialmente prevista em 27,97% pela Câmara, foi ajustada para 28,55% após as alterações do Senado, embora cálculos oficiais ainda estejam em elaboração pelo Ministério da Fazenda.

Principais avanços da proposta

  1. Cesta básica nacional:
    • Isenção de impostos para 22 itens essenciais, incluindo carnes e queijos.
    • Ampliação da isenção pode elevar a alíquota geral de 26,5% para 27,03%.
  2. Medicamentos e vacinas:
    • Isenção total para vacinas, soros e medicamentos voltados a doenças graves.
    • Definição da lista de medicamentos isentos por ato conjunto do Comitê Gestor e dos ministérios da Saúde e da Fazenda.
  3. Setor imobiliário:
    • Redução de até 60% nas alíquotas para imóveis residenciais novos.
    • Dedução na base de cálculo dos aluguéis aumentada de R$ 400 para R$ 600.
  4. Setor cultural e esportivo:
    • Redução de 60% em alíquotas para produções artísticas ao vivo.
    • Tributação reduzida para academias e eventos esportivos.

Trava para evitar aumento da carga tributária

O texto mantém uma trava que limita a alíquota geral a 26,5%, garantindo que qualquer elevação acima desse patamar seja acompanhada de uma proposta de redução em benefícios fiscais específicos. Caso a soma de alíquotas supere esse limite, o Poder Executivo terá até 90 dias para apresentar uma nova proposta.

Pressão por agilidade

A reforma tributária é considerada prioridade pelo Legislativo, com expectativa de que sua aprovação impulsione a economia e reduza desigualdades fiscais no país. A ala governista trabalha para que o projeto seja sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda em 2023, marcando um dos principais avanços estruturais do governo.

Com as mudanças estruturais propostas e o ajuste em alíquotas específicas, a aprovação da reforma na Câmara será um passo decisivo para a modernização do sistema tributário brasileiro, promovendo maior eficiência e competitividade econômica.

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