STF julga pedido de flexibilização da prisão domiciliar do Padre Egídio em 4 de abril

O pedido ocorre após recente negativa da ministra Cármen Lúcia, relatora do caso, que rejeitou um recurso da defesa com base em parecer do Ministério Público Federal (MPF) favorável à manutenção do regime atual.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para o próximo dia 4 de abril, às 11h, o julgamento do habeas corpus do Padre Egídio de Carvalho, ex-diretor do Hospital Padre Zé, em João Pessoa. A defesa do religioso solicita a flexibilização da prisão domiciliar, regime no qual ele se encontra desde abril de 2023.

O pedido ocorre após recente negativa da ministra Cármen Lúcia, relatora do caso, que rejeitou um recurso da defesa com base em parecer do Ministério Público Federal (MPF) favorável à manutenção do regime atual.

“Pelo demonstrado nestes autos, a prisão preventiva justifica-se em razão da periculosidade do recorrente, consideradas a gravidade concreta da conduta imputada e a necessidade de desarticular a organização criminosa que seria por ele comandada”, afirmou a magistrada.

Relembre o caso

A investigação contra o Padre Egídio teve início após o furto de mais de 100 celulares doados pela Receita Federal ao Hospital Padre Zé. Os aparelhos seriam vendidos em um bazar solidário, com o objetivo de arrecadar fundos para a compra de uma ambulância UTI e um veículo para distribuição de alimentos.

Em 18 de setembro de 2023, o religioso denunciou o furto, apontando Samuel Rodrigues, técnico de informática do hospital, como o principal suspeito. Após a denúncia, Egídio renunciou à direção da instituição. Samuel chegou a ser preso, mas foi liberado posteriormente, prestando novos depoimentos no fim do mês.

A denúncia desencadeou a Operação Indignus, deflagrada pelo Gaeco, que apurou desvios de recursos públicos em instituições geridas pelo padre. Em 5 de outubro, foram cumpridos 11 mandados judiciais. A investigação aponta que cerca de R$ 13 milhões foram desviados, prejudicando diretamente recursos do SUS destinados ao hospital.

Diante da gravidade dos fatos, a Arquidiocese da Paraíba afastou o Padre Egídio de todas as funções eclesiásticas, proibindo-o de celebrar missas ou administrar sacramentos.

Uma força-tarefa foi instituída pelo Ministério Público da Paraíba, após denúncia anônima, para investigar a gestão do Hospital Padre Zé. A atual direção da unidade solicitou uma auditoria completa nos contratos, convênios e contas da instituição, após identificar dívidas que comprometem a funcionalidade do hospital.

O julgamento do habeas corpus no STF pode representar um novo capítulo no caso, que continua gerando grande repercussão na Paraíba.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui