desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), destituiu nesta quinta-feira (15) Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Em sua decisão, o magistrado nomeou o vice-presidente Fernando Sarney como interventor, com a missão de convocar novas eleições “o mais rápido possível”.
A decisão anula o acordo firmado no início do ano entre dirigentes da CBF, que havia encerrado uma ação judicial contra o processo eleitoral da entidade e permitiu a permanência de Ednaldo no cargo. O desembargador aponta possível falsificação da assinatura de um dos signatários do documento, o ex-presidente Coronel Nunes, e questiona a capacidade mental dele à época da assinatura.
“Declaro nulo o acordo firmado entre as partes, homologado outrora pela Corte superior, em razão da incapacidade mental e de possível falsificação da assinatura de um dos signatários, Antônio Carlos Nunes de Lima, conhecido por Coronel Nunes”, escreveu Zéfiro na decisão.
O caso voltou ao TJ-RJ após decisão do ministro do STF, Gilmar Mendes, no último dia 7, que, embora tenha negado o afastamento imediato de Ednaldo, determinou apuração urgente dos fatos relacionados ao acordo contestado.
As suspeitas foram levantadas em duas petições apresentadas ao Supremo Tribunal Federal na semana passada pela deputada Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) e pelo próprio Fernando Sarney, então vice-presidente da CBF. Ambos alegaram falsificação da assinatura de Coronel Nunes e apresentaram laudo pericial apontando que a rubrica não seria autêntica.
O documento contestado foi assinado por cinco dirigentes e homologado judicialmente. Ele viabilizou a eleição que reconduziu Ednaldo Rodrigues à presidência da CBF há pouco mais de um mês. Com a possível invalidação do acordo, a decisão judicial agora determina o fim da gestão de Ednaldo e o início de um novo processo eleitoral.
A CBF ainda não se pronunciou oficialmente sobre a decisão.