Lula rebate ameaças de tarifa dos EUA, defende soberania e critica “chantagem inaceitável”

O presidente também aproveitou o espaço para defender a atuação das instituições brasileiras diante da disseminação de discursos de ódio, mentiras e ataques à democracia nas redes digitais.

Em pronunciamento em rede nacional nesta sexta-feira (18), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu com firmeza às ameaças do governo de Donald Trump de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Sem citar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula afirmou que “ninguém está acima da lei” e que o Brasil não aceitará interferências externas nas decisões de suas instituições.

Lula classificou como “chantagem inaceitável” as ameaças norte-americanas, feitas com base em alegações falsas sobre o sistema político e comercial brasileiro. O presidente destacou que os EUA já aplicaram uma tarifa de 10% desde maio e que o Brasil buscou o diálogo, com mais de dez reuniões e uma proposta formal enviada no dia 16 daquele mês. “Esperávamos uma resposta. O que veio foi uma ameaça às nossas instituições e à nossa soberania”, declarou.

O presidente também aproveitou o espaço para defender a atuação das instituições brasileiras diante da disseminação de discursos de ódio, mentiras e ataques à democracia nas redes digitais. Ele reforçou que o Judiciário brasileiro é independente e que tentar interferir em suas decisões representa uma afronta à soberania nacional.

Defesa do Pix e crítica a “traidores da pátria”

Lula repudiou críticas de Trump ao sistema Pix, que foi apontado como barreira ao mercado financeiro americano. “O Pix é do Brasil. É um patrimônio do nosso povo e não aceitaremos ataques ao que é nosso”, disse, classificando o sistema de pagamentos como um dos mais modernos do mundo.

Em tom duro, o presidente também criticou políticos brasileiros que apoiam as medidas norte-americanas. “Minha indignação é ainda maior por saber que esse ataque tem o apoio de alguns políticos brasileiros. São traidores da pátria”, afirmou.

Diplomacia e comércio como resposta

Lula reiterou que o Brasil responderá por meio da diplomacia, do multilateralismo e da legalidade internacional, com possibilidade de recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) e à Lei da Reciprocidade, já aprovada pelo Congresso Nacional. Ele lembrou que, em dois anos e meio de mandato, o Brasil abriu 379 novos mercados para produtos nacionais e que segue empenhado na defesa do comércio justo.

Sobre o meio ambiente, outro ponto de crítica utilizado por Trump, Lula disse que o Brasil já reduziu pela metade o desmatamento na Amazônia e que trabalha para zerar os índices até 2030.

Lula encerrou o discurso ressaltando que o Brasil é um país de paz, mas que não permitirá ameaças externas:

“O Brasil tem um único dono: o povo brasileiro.”

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