O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alcançou 31% de avaliação positiva e 39% de negativa, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (20). Outros 27% classificaram o governo como regular e 3% não souberam responder. Na rodada anterior, em julho, Lula tinha 28% de aprovação e 40% de reprovação.
O levantamento foi realizado no contexto da crise causada pela sobretaxa de 50% imposta por Donald Trump a produtos brasileiros. Para conter os efeitos, o Planalto anunciou medidas de apoio a exportadores e intensificou o discurso em defesa da soberania nacional. A diferença entre avaliações negativas e positivas, que em maio era de 17 pontos (43% x 26%), agora caiu para 8 pontos (39% x 31%).
No recorte regional e social, Lula mantém maior apoio no Nordeste (60% de aprovação e 37% de reprovação), entre os que recebem até dois salários mínimos (55% x 40%), e entre pessoas com escolaridade até o ensino fundamental (56% x 40%). Entre beneficiários do Bolsa Família, a aprovação subiu de 50% para 60%, enquanto a reprovação caiu de 45% para 37%.
A pesquisa também aponta melhora na percepção de Lula em comparação ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Hoje, 43% consideram o petista melhor, contra 38% que preferem Bolsonaro. Em julho, o resultado era inverso (40% x 44%). Entre eleitores sem posição política, 37% avaliam Lula como melhor, 32% o consideram igual e 27% pior que Bolsonaro — cenário que em maio era mais desfavorável ao atual presidente.
No diagnóstico geral sobre o país, 36% acreditam que o Brasil segue na direção certa, enquanto 57% avaliam que está no rumo errado. Em relação ao tarifaço, 71% desaprovam a medida de Trump; 51% acreditam que o republicano agiu por interesses políticos, contra 23% que atribuem a decisão a razões comerciais.
A Quaest também mediu a condução da crise. Para 44%, Lula está agindo bem, contra 46% que pensam o contrário. Já Bolsonaro e o filho Eduardo receberam avaliação negativa: 55% afirmam que ambos agem mal, enquanto apenas 24% consideram que atuam de forma correta.
Entre os governadores cotados para 2026, a maioria também recebeu mais reprovação que aprovação na gestão da crise: Tarcísio de Freitas (24% x 35%), Ratinho Júnior (19% x 30%), Ronaldo Caiado (16% x 31%) e Romeu Zema (17% x 33%). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aparece com 31% de aprovação e 43% de reprovação.
A pesquisa entrevistou 12.150 pessoas em oito estados (SP, MG, RJ, PR, RS, GO, BA e PE) entre os dias 13 e 17 de agosto. A margem de erro global é de dois pontos percentuais.