STF retoma julgamento de Jair Bolsonaro e aliados acusados de tentativa de golpe

Após a definição dos votos, será feita a dosimetria das penas.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quarta-feira (10), às 9h, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de mais sete aliados acusados de planejar uma tentativa de golpe para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022. A sessão deve se estender até as 14h.

O ministro Luiz Fux abre os trabalhos do dia. O placar está em 2 a 0 pela condenação, com os votos já proferidos de Alexandre de Moraes e Flávio Dino. Restam os votos de Fux, da ministra Cármen Lúcia e do presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin. Caso Fux acompanhe o relator, mesmo com divergências nas penas, o STF formará maioria para condenar os réus.

Embora já tenha discordado em outros processos sobre o uso da delação premiada de Mauro Cid e a competência da Primeira Turma, a possibilidade de Fux pedir vista neste julgamento é considerada remota. Após a definição dos votos, será feita a dosimetria das penas.

os crimes
Os réus respondem a acusações de atuar contra a ordem democrática. Sete deles são investigados por:

  • Organização criminosa armada

  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito

  • Golpe de Estado

  • Dano qualificado contra patrimônio da União (exceto Alexandre Ramagem)

  • Deterioração de patrimônio tombado (exceto Ramagem)

O deputado Alexandre Ramagem (PL), ex-diretor da Abin, responde a três acusações, mas teve duas suspensas pela Câmara por estarem relacionadas a fatos posteriores à diplomação.

quem são os réus

  • Jair Bolsonaro: apontado pela PGR como líder do plano golpista.

  • Alexandre Ramagem: acusado de disseminar fake news sobre fraude eleitoral.

  • Almir Garnier Santos: ex-comandante da Marinha, teria colocado tropas à disposição.

  • Anderson Torres: ex-ministro da Justiça, guardava em casa minuta de decreto para anular as eleições.

  • Augusto Heleno: ex-ministro do GSI, participou de transmissão contra as urnas.

  • Mauro Cid: delator e ex-ajudante de Bolsonaro, atuou em reuniões e mensagens sobre o golpe.

  • Paulo Sérgio Nogueira: ex-ministro da Defesa, teria apresentado decreto de intervenção a militares.

  • Walter Braga Netto: único preso, acusado de financiar acampamentos golpistas e planejar atentado contra Moraes.

acusação
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu a condenação dos oito. Segundo ele, já está provada a “consumação da ruptura democrática”.
Gonet afirmou que Bolsonaro conclamou apoiadores a rejeitar as urnas eletrônicas, incitando atos de resistência ativa contra o resultado das eleições. Para o PGR, os réus não aceitaram a derrota e tramaram para provocar um golpe no Brasil, utilizando a própria estrutura de poder.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui