A Polícia Civil ouviu, nesta terça-feira (25), o idoso de 75 anos apontado como suspeito de provocar o acidente que matou José Valdir de Melo e seu filho Jaílson Pereira da Silva Melo, no último sábado (22), na BR-104, em Campina Grande. Jaílson, de 27 anos, morreria poucas horas antes de seu próprio casamento. O motorista compareceu à delegacia acompanhado de um advogado e prestou depoimento.
Segundo a delegada Suelane Guimarães, o suspeito declarou que teria passado mal enquanto dirigia e que não se lembra do impacto da colisão, apenas do momento em que perdeu o controle do veículo. Ele afirmou que seguia com duas pessoas para o município de Queimadas quando sentiu o mal-estar. Ainda de acordo com seu relato, após o acidente ele aceitou a ajuda de um motociclista que o levou até Alcantil, onde um atendimento médico teria identificado sinais compatíveis com um princípio de infarto. Um exame apresentado pelo idoso será submetido a perícia.
O homem já havia sido identificado e intimado a comparecer na segunda-feira (24), mas justificou ausência alegando residir em Parnamirim, Pernambuco. No depoimento, disse não ter ingerido bebida alcoólica e afirmou estar com a CNH regularizada. Ele foi liberado após prestar esclarecimentos e responderá inicialmente em liberdade.
A delegada informou que o depoimento será confrontado com declarações de testemunhas — parte delas já ouvida — e que outras ainda serão convocadas. A investigação aguarda ainda os laudos da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Instituto de Polícia Científica (IPC), que devem esclarecer a dinâmica da colisão e a causa do acidente.
O acidente
O caso aconteceu na manhã de sábado (22). Testemunhas afirmam que um carro em alta velocidade prensou a motocicleta onde estavam pai e filho, arremessando os dois. Eles morreram no local. Após atingir a moto, o veículo também colidiu contra um carro que seguia à frente. O motorista fugiu sem prestar socorro.
Jaílson retornava para casa, no conjunto Aluízio Campos, depois de buscar salgados para a festa de casamento que aconteceria horas depois. A tragédia abalou familiares e amigos. Um dos padrinhos, José Júnior, relatou o choque ao receber a notícia:
“Quem me ligou foi o irmão dele, e eu achei muito estranho, porque ele nunca me ligava. Atendi na hora e ele disse: ‘aconteceu uma tragédia’. Eu fiquei sem acreditar, logo hoje!”.
