Menino de 1 ano morre após afogamento em represa na zona rural de Cruz do Espírito Santo

Especialistas reforçam que o afogamento não deve ser tratado como um simples acidente, mas como um evento previsível e evitável

Um menino de 1 ano, identificado como Nicolas, morreu após se afogar em uma represa localizada no Engenho São Paulo, na zona rural de Cruz do Espírito Santo, na manhã desta segunda-feira (22). Segundo informações iniciais, o caso aconteceu de forma rápida, sem que o pai percebesse o momento em que a criança se aproximou da água.

Nicolas foi encontrado já sem vida, não havendo possibilidade de reanimação. Profissionais de saúde do município chegaram a prestar apoio à família no local, mas o óbito já havia sido constatado.

O corpo da criança deu entrada, ainda na tarde desta segunda-feira, no Instituto Médico Legal de João Pessoa, onde passará por exame necroscópico para confirmação oficial da causa da morte. Após a conclusão dos procedimentos legais, o corpo será liberado para os trâmites funerários. O caso será investigado pela Delegacia de Cruz do Espírito Santo.

De acordo com relatos de familiares e moradores da região, a represa onde ocorreu o afogamento não possui qualquer tipo de proteção, como cercas ou telas, e o acesso é livre. A profundidade varia entre áreas rasas nas margens e trechos mais profundos no centro, o que representa risco elevado, especialmente para crianças.

Diante da tragédia, familiares e moradores da comunidade fizeram um apelo às autoridades e aos responsáveis pela área para que sejam adotadas medidas de segurança, como o isolamento da represa, a fim de evitar novos casos. A avó da criança ressaltou que diversas famílias com crianças vivem nas proximidades e que a ausência de proteção transforma o local em um perigo constante.

Afogamento no Brasil: dados preocupantes

O afogamento é considerado um grave problema de saúde pública no Brasil. Dados divulgados em 2024 pela Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático, com base em informações de 2022, apontam que uma pessoa morre afogada a cada 90 minutos no país. O afogamento é a segunda principal causa de morte entre crianças de 1 a 4 anos e a quarta entre jovens de 5 a 24 anos.

A maioria das ocorrências acontece em águas naturais, como rios, lagos e represas, que concentram cerca de 70% das mortes. O risco aumenta durante o verão: aproximadamente 41% dos afogamentos ocorrem entre dezembro e março.

Especialistas reforçam que o afogamento não deve ser tratado como um simples acidente, mas como um evento previsível e evitável, desde que haja prevenção, educação em segurança aquática e proteção adequada em áreas de risco.

Apesar da redução de quase 50% na mortalidade por afogamento entre 1995 e 2022, o problema ainda exige atenção constante do poder público e da sociedade, especialmente para a proteção de crianças em ambientes próximos a corpos d’água.

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