Apenas 21% das mulheres acima de 50 anos fizeram mamografia na Paraíba

Os dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade da Secretaria Estadual de Saúde da Paraíba (SES-PB), revelam um aumento de 20% no número de óbitos por câncer de mama, entre 2017 e 2018, na Paraíba. De acordo com a ONG “Amigos do Peito”, em 2017, apenas 21% das mulheres na faixa etária dos 50 a 70 anos de idade fizeram mamografia, na Paraíba. Um percentual bem aquém do recomendado pelo próprio Ministério da Saúde (MS), que é de 70%.

Para expandir e qualificar os serviços fixos de mamografia de rastreamento para fazer o diagnóstico precoce da doença e evitar a morte de milhares de mulheres, os Ministérios Públicos da Paraíba e Federal (MPPB e MPF), criaram o Grupo de Trabalho, 'GT de Monitoramento do Câncer de Mama', na última terça-feira (26).

Segundo a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) é de que surjam 880 novos casos de doença, por ano, em todo o Estado. 

De acordo com a mastologista presidente da ONG “Amigas do Peito”, Joana Barros, além da baixa cobertura do serviço, outro grande entrave para o combate e prevenção do câncer de mama no Estado é a baixa qualidade dos exames realizados, principalmente por serviços móveis contratados pelas prefeituras do interior.

“Temos recebido muitos casos de pacientes com lesões grandes e que a mamografia diz que não há nada, o que demonstra a falta de qualidade desses exames. A mamografia é o exame mais importante na luta contra o câncer de mama. É um exame cheio de minúcias e detalhes; não pode ser feito como muitas pessoas e serviços têm feito. O rastreamento mamográfico, desde que seja realizado de forma responsável e atenda aos critérios de qualidade, é capaz de impactar na redução dos casos de morte por câncer”,revelou.

A situação levou o GT a oficiar o Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Consems) para que faça, no prazo de 30 dias úteis, levantamentos atualizados sobre os mamógrafos em funcionamento nos municípios e sobre a demanda pelo exame, além de alertar os gestores de que os serviços disponibilizados devem cumprir os parâmetros de qualidade preconizados pelo Programa Nacional de Garantia de Qualidade em Mamografia (PGQ), ter registro no CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde do MS) e licença da Vigilância Sanitária Municipal e/ou Estadual. Todas essas informações sobre a qualidade dos serviços existentes também deverão ser repassadas aos Ministérios Públicos, no prazo de 30 dias úteis.

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