Audiência de custódia de Fabiano Gomes será realizada nesta quarta no TJ

O radialista Fabiano Gomes passará por audiência de custódia às 10h desta quarta-feira (11) no Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB). Quem vai conduzir a audiência é o juiz Adílson Fabrício.

Fabiano foi preso na manhã de hoje na oitava fase da Operação Calvário. O mandado de busca e apreensão e também de prisão foi cumprido na casa do comunicador, em um condomínio fechado na BR 230, na altura de Intermares, Cabedelo. Durante o cumprimento do mandado a polícia encontrou na casa de Fabiano uma pistola Beretta e munições. Por causa da arma, o radialista ainda responderá por posse ilegal.

Fabiano é acusado de tentativa de extorsão contra o empresário Dênis Machado do Paraíba de Prêmios. Em mensagens trocadas pelo WhatsApp ele chegou a dizer que tinha obtido informações sigilosas que comprometiam o empresário e insinuava que poderia não divulgar caso houvesse uma contrapartida financeira em troca.

A Medida Cautelar autorizada pelo desembargador Ricardo Vital de Almeida ainda diz que o investigado pode ter assumido a função de operacionalizar repasses ilícitos de dinheiro em espécie, supostamente controlados, diretamente, pelo então governador Ricardo Coutinho.

Ricardo Vital de Almeida, relator da Operação Calvário no Tribunal de Justiça da Paraíba, determinou a prisão temporária do radialista Fabiano Gomes da Silva, pelo prazo de cinco dias, devendo ele ser encaminhado ao presídio desembargador Flóscolo da Nóbrega (Róger).

O radialista Fabiano Gomes teve a prisão temporária decretada em virtude da suposta prática do crime de extorsão (artigo 158 do Código Penal) contra Denylson Oliveira Machado, parceiro de Coriolano Coutinho na empresa Paraíba de Prêmios. Para tanto, ele teria se utilizado, falsamente, do nome do delegado da Polícia Federal Fabiano Emídio de Lucena Martins, dizendo-se possuidor de cópia de degravações, supostamente prejudiciais a Denylson.

Em depoimento à Polícia Federal, Denylson confirmou a suposta extorsão, relatando ser alvo de graves ameaças lançadas por Fabiano Gomes, muitas delas por mensagens, em razão de sua recusa quanto ao pagamento de valor entendido como exagerado, exigido pelo radialista, para um anúncio publicitário da empresa Paraíba de Prêmios, em seu programa jornalístico.

As investigações realizadas no bojo da Operação Calvário apontam a participação de Fabiano Gomes na Organização Criminosa, aparentemente exercendo a função de operacionalizador de repasses ilícitos de dinheiro em espécie supostamente controlados, diretamente, pelo então governador Ricardo Vieira Coutinho, tido como chefe da Orcrim. Aponta, ainda, indícios de proximidade ilegítima entre Fabiano Gomes e a família Coutinho.

Segundo a Polícia Federal e o Gaeco, a partir do conteúdo do Relatório de Análise de Material Apreendido durante as buscas realizadas na sétima fase da Operação Calvário, foram encontrados manuscritos na agenda pessoal de Ricardo Coutinho que o vinculariam a Fabiano Gomes, identificado pela sigla FG. Tais registros, possivelmente, teriam relação com pagamentos ilícitos de propina operacionalizados por Fabiano Gomes.

“Os fatos atribuídos a Fabiano Gomes indicam concretamente que sua liberdade compromete a regular colheita da prova, porquanto pessoas investigadas podem ceder a suas pressões e acabem por ocultar dados e fatos importantes às investigações em curso. A sua postura interfere, direta e indiretamente, na produção das provas pré-processuais, havendo, portanto, imprescindibilidade da medida constritiva a subsidiar a persecução criminal, que é, exatamente e tão somente, o que se anseia com a prisão temporária”, destacou o desembargador Ricardo Vital.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui