Nilvan Ferreira ameaça promover um levante popular contra a Assembleia Legislativa da Paraíba e seus 36 deputados

Ao final do programa que ancora na 98.3, do Sistema Correio de Comunicação, o imbatível Correio Debate, o festejado comunicador Nilvan Ferreira, pretenso pré-candidato à Prefeitura de João Pessoa, nesta terça-feira (17/12) fez uma ameaça à Assembleia da Paraíba e seus 36 deputados estaduais. Disse Nilvan, textualmente, sob uma vinheta de suspense:

Eu vou dizer logo, eu vou pra cima. Se inventarem de proteger corruptos, o primeiro que vai pra cima sou eu. Eu estou avisando à população da Paraíba; pode ficar só a minha voz. Esse estado está sendo passado a limpo e esse Estado vai ter que ser passado a limpo.  Não inventem de proteger corruptos. Não inventem de proteger quem roubou da saúde dos pobres. Não inventem de proteger quem desviou dinheiro do futuro das crianças que é o dinheiro da educação. Se vocês ousarem em desafiar o povo da Paraíba, eu vou aqui fazer um levante para a população da Paraíba protestar contra a Assembleia. Eu vou pra cima com dois quentes e dois fervendo. Eu fui pra cima de Ricardo Coutinho até agora, e porque eu não vou pra cima de 36? A população escute o que eu estou dizendo: Não inventem de proteger quem desvia dinheiro da saúde e da educação do Estado.

Se a Assembleia libertar Estela vai estar dando um cheque em branco para outros também roubarem. E esse Estado tem que ser passado a limpo. A gente tem que fazer a exclusão, a partir de agora, de políticos desse naipe. Não desmoralizem o que a Justiça está fazendo. Não façam como fizeram no Rio de Janeiro, em que a Polícia prendeu e a Assembleia foi lá e soltou. Não faça como fizeram com Aécio Neves, que aprovaram lá para Aécio não ser preso. Não inventem, a Paraíba está de olho. E o que antes era Nilvan e uma meia dúzia de corajosos, hoje nós temos milhões de corajosos nesse Estado. Porque o principal chefe dessa organização vai ser preso. Nós somos muitos agora, nós não estamos mais sós.

Pétalas pra todo lado

A casa está caindo. Aliás, as casas estão caindo. Afinal, as últimas ações da Operação Calvário, cuja etapa desta terça-feira, foi muito bem denominada de Juízo Final, atingiu diretamente ou indiretamente os Poderes Executivo (o governador João Azevêdo e o seu antecessor Ricardo Coutinho), o Legislativo (deputadas Estelizabel e Cida Ramos), além do órgão auxiliar do Poder Legislativo, o Tribunal de Contas do Estado (conselheiros Nominando Diniz, Arthur Cunha Lima e André Carlo Torres).

Ainda sobrou um respingo para o Poder Judiciário. Afinal, de acordo com as investigações levadas a efeito pela Operação Calvário, o então procurador Geral do Estado, Gilberto Carneiro, seria o responsável pela ponte com órgãos de controle e do Judiciário, exercendo influência em todos os assuntos com o aval do ex-governador e do atual, também. Ou seja: Carneiro, figura graúda da suposta organização criminosa, exercia influências, também, tinha relações muito próximas com setores do Poder Judiciário.

O curioso, nisso tudo, é que toda a repercussão sobre a devastadora ação da Operação Calvário foca praticamente só no pedido de prisão do ex-governador Ricardo Coutinho, como se, indo ele para detrás das grades, fosse o bastante.

O que não é fácil de entender e até compromete toda essa repercussão é que pouco se leva ao conhecimento da sociedade de que os três poderes, mais o Tribunal de Contas, estão sendo arrastados para a lama. Ou seja, a casa está caindo, também, para as instituições da Paraíba.

Estranho

Um fato bastante curioso foi notado hoje em meio esta bomba de altíssimo teor, que foi a revelação, pela imprensa nacional, de que os principais investigados, conforme noticiou Chico Pinheiro na Rede Globo, seriam além de Ricardo Coutinho, o seu sucessor e atual governador do Estado da Paraíba, João Azevêdo.

Até então, pelo que líamos no nosso noticiário, as investigações da Operação Calvário se limitavam ao período de 2010 a 2014. Parecia, até, que o esquema girassol socialista, decantado como corja de bandidos, ao final do mandato do ex-governador Ricardo Coutinho e durante as eleições 2018 havia sido tocado por um lampejo de honestidade, de forma que as últimas eleições teriam sido as mais limpas e honestas da história.

Rivotril

Nos bastidores da política, comenta-se que um bom pedaço da equipe do atual governo, inclusive o governador João Azevêdo, não tem dormido muito bem.
Diz-se, até, que numa posterior etapa da Operação, pelo menos um secretário e um ex-secretário podem aparecer ou reaparecer na lista dos investigados.

 

Wellington Farias

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