Após madrugada violenta de ataques a ônibus e estabelecimentos no Ceará, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, determinou no fim da manhã desta sexta-feira (4/1), o envio de 300 homens e 30 viaturas da Força Nacional para o estado. Os homens serão enviados ainda nesta sexta para o Ceará, onde devem ficar por 30 dias, prazo que pode ser prorrogado.
Em nota divulgada no fim da noite de quinta (3/1), o ministro havia negado o envio imediato de tropas federais para o Ceará, mas disse que a Força Nacional foi mobilizada “para se deslocar ao estado em caso de deterioração da segurança”. Mais cedo, o governador Camilo Santana (PT) pediu o envio do Exército para conter a onda de crimes.
A Polícia Militar registrou mais 11 ataques em Fortaleza entre a noite de quinta-feira (3/1) e o início da madrugada de sexta (4/1). O caso mais grave terminou com um suspeito morto e um policial baleado após troca de tiros na rodovia CE-010. Nova tentativa de explosão de viaduto e ataques a agências bancárias e órgãos públicos também foram relatados
De acordo com a Polícia Militar, a troca de tiros entre os criminosos e policiais ocorreu na CE-010, na Grande Fortaleza. O grupo tentava destruir o fotossensor do radar de velocidade instalado na rodovia quando foi surpreendido pelos militares que patrulhavam a região. Um dos suspeitos foi atingido e morreu no local. Um PM foi baleado na perna e socorrido para o Instituto Doutor José Frota. O estado de saúde dele é desconhecido.
A Polícia Militar apreendeu um revólver calibre .38. Os demais criminosos fugiram do local.
Ao longo da noite e madrugada, os militares atenderam chamadas de ataques a tiros a agências bancárias e tentativas de incêndios por toda a capital.
A onda de crimes começou um dia depois de o titular da recém criada Secretaria da Administração Penitenciária, Luís Mauro Albuquerque, dizer que não reconhecia facções no estado e que não separaria mais os presos de acordo com a ligação com essas organizações. Os grupos criminosos são os principais suspeitos de serem os autores dos ataques. Metrópoles