Os diálogos e vídeos até aqui vazados no âmbito das investigações da Operação Calvário sugerem que o empresário carioca Daniel Gomes, chefão da Cruz Vermelha, filial gaúcha, era quem comandava, de fato, a área de saúde durante os governos do PSB e que o ex-governador Ricardo Coutinho era uma espécie de ‘Rainha da Inglaterra’ e os auxiliares da pasta meros figurantes ou, caso queiram assim nominá-los, ‘bonecos mambembes’. Não por acaso, o deputado estadual, Wallber Virgolino (Patriotas), em postagem nas redes sociais, afirmou que o empresário carioca não apenas administrava a saúde, mas os destinos da Paraíba.
“Quem estava por trás das decisões administrativas e financeiras era esse tal de Daniel Gomes. O toda a gestão de Ricardo Coutinho, Daniel Gomes era quem dava as ideias, encontrava soluções, enquadrava secretários, indicava toda equipe técnica, sempre massageando o ego de Ricardo, que achava que mandava em alguma coisa. Daniel passou a perna em RC e na Paraíba”, postou.
Confira a postagem:
A influência de Daniel não apenas se mostrava bastante forte no seio administrativo, mas, também, na seara política, com domínio até com certa profundidade da leitura da cena paraibana, a julgar pelos diálogos mantidos com o ex-governador e divulgados na semana passada pela imprensa local. Num deles, Daniel analisa as eleições de 2018 e chega a aconselhar Ricardo Coutinho a não disputar o pleito em defesa do ‘projeto’.
Não se sabe ao certo se Daniel teve influência na decisão, mas a verdade é que Coutinho não disputou o Senado Federal, como se presumia, permanecendo no governo e garantindo o tal ‘projeto’ com a eleição de João Azevêdo, agora sem partido.