Brasil se decepciona com valor oferecido pelos EUA para Fundo Amazônia

Dada toda a ênfase na importância da questão ambiental e o anúncio de que os EUA passarão a fazer parte do Fundo Amazônia, o governo brasileiro achou que os americanos ofereceriam um montante mais significativo.

O governo dos EUA acenou com cerca de US$ 50 milhões (R$ 260 milhões) para cooperação ambiental com o Brasil, cifra que os negociadores brasileiros definiram como decepcionante. Por isso, o valor não foi citado no comunicado conjunto da visita de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Casa Branca, nesta sexta (10).

Dada toda a ênfase na importância da questão ambiental e o anúncio de que os EUA passarão a fazer parte do Fundo Amazônia, o governo brasileiro achou que os americanos ofereceriam um montante mais significativo. O valor não seria apenas para a iniciativa, mas também para outros tipos de parceria.

Espera-se que o governo americano demonstre maior ambição durante a visita ao Brasil de John Kerry, enviado especial para o clima, que deve ir ao país no fim de fevereiro. A cifra cogitada por Washington é inferior ao oferecido pela Alemanha do premiê Olaf Scholz, de € 200 milhões (R$ 1,1 bilhão), para ações ambientais no geral e bem abaixo dos R$ 3 bilhões prometidos pela Noruega ao governo Lula.

De 2008 a 2018, o país investiu R$ 3,1 bilhões, até o fundo ser congelado durante o governo Bolsonaro.

O governo brasileiro ficou bem mais animado com a sinalização de investidores privados, como Bezos Earth Fund, do bilionário Jeff Bezos, Rainforest Trust, Andes Amazon Fund/Wyss Foundation e International Conservation Fund of Canada, com quem autoridades do país se reuniram em Washington.

Por meio de sua assessoria, o Itamaraty, porém, considerou a oferta “muito positiva” e destacou que se tratou de um gesto unilateral dos americanos. “Gestos são importantes na diplomacia, e esse foi um gesto de reconhecimento pelo esforço do governo na área ambiental nesses pouco mais de 30 dias de gestão.”

Criado em 2008, o fundo atua com pagamentos baseados em resultados de conservação da floresta amazônica. As doações acontecem quando há queda nas taxas de desmatamento, com base nos dados do Inpe. Os pagamentos são voluntários e podem ser feitos por outros governos e também por empresas.

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