Polícia Civil indicia quatro pessoas por fraude em diplomas falsos que enganou 90 professores na Paraíba

Alguns professores chegaram a usar os diplomas falsos, sem saber de sua irregularidade, para obter cargos e promoções.

A Polícia Civil da Paraíba confirmou, nesta segunda-feira (8), o indiciamento de quatro pessoas envolvidas em um esquema de emissão de diplomas falsos, que enganou cerca de 90 professores da rede pública em municípios paraibanos e de estados vizinhos. O golpe gerou um prejuízo estimado em R$ 2,4 milhões.

Segundo as investigações, a fraude era comandada por Eraldo Alves de Sousa, proprietário da empresa investigada em Campina Grande e apontado como líder da organização criminosa. Também foram indiciados Antônio de Jesus, responsável pela falsificação dos documentos, além de Olavo e Eri, que atuavam na captação de interessados.

O grupo vai responder por associação criminosa, estelionato, falsidade documental e publicidade enganosa.

Como funcionava o golpe

De acordo com o delegado Iasley Almeida, os professores eram convencidos a pagar mensalidades, taxas de banca examinadora e até processos de revalidação no Brasil, sob a promessa de que os cursos eram vinculados a uma universidade no Paraguai. Embora houvesse contato com instituições estrangeiras, os diplomas não tinham validade jurídica nem reconhecimento do MEC.

Em janeiro deste ano, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão na sede da empresa em Campina Grande, na residência do empresário e no estado do Espírito Santo, onde Antônio de Jesus confeccionava os diplomas e os enviava aos compradores.

Alvos e prejuízos

A maioria das vítimas é formada por professores do Curimataú paraibano, em cidades como Barra de Santa Rosa, Damião, Cuité, Picuí, Sossego, Nova Palmeira, Pedra Lavrada e Frei Martinho. Também foram identificados prejuízos em municípios do Rio Grande do Norte e de Pernambuco.

Alguns professores chegaram a usar os diplomas falsos, sem saber de sua irregularidade, para obter cargos e promoções. Em alguns casos, instituições de ensino chegaram a efetivar pagamentos, mas posteriormente anularam promoções e até realizaram demissões ao descobrirem a fraude.

Além das vítimas diretas, várias universidades brasileiras também foram prejudicadas, já que os documentos falsificados usavam indevidamente seus nomes, logotipos e selos oficiais.

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