O paraibano Benedito Aguiar, atual presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), é um dos nomes cotados para assumir o Ministério da Educação no lugar de Abraham Weintraub. A expectativa nos corredores do MEC, é que Weintraub deixe o cargo ainda nesta semana. A opção mais forte até agora é que um funcionário do ministério assuma a pasta de modo interino até a definição do novo ministro.
Com histórico acadêmico, ele conta com simpatia da bancada evangélica e ainda tem certa proximidade com o ministro do STF Alexandre de Moraes, que lecionou no Mackenzie quando Aguiar foi reitor da universidade.
Aguiar já foi presidente do Crub (Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras) e da Associação Brasileira de Instituições Educacionais Evangélicas.
Bolsonaro tem procurado ser cauteloso com a demissão de Weintraub para não passar a seus apoiadores um sinal de que admite um erro do governo.
O secretário de Alfabetização do MEC, Carlos Nadalim, é o principal nome que circula no grupo de bolsonaristas mais ideológicos.
Nadalim chegou ao cargo por indicação do escritor Olavo de Carvalho ainda na equipe do ex-ministro Ricardo Vélez Rodríguez –quando este foi demitido, também houve campanha para que Nadalim fosse nomeado ministro.
O governo não ignora o desgaste de insistir com um olavista; os acenos ideológicos de Weintraub culminaram na atual crise com o STF (Supremo Tribunal Federal).
Nome forte na militância, Nadalim não tem, por outro lado, nem apoio de militares, nem respaldo do Congresso –partidos do centrão, que agora apoiam o governo, também articulam para emplacar o substituto.
Também são avaliados, ainda dentro do MEC, a secretária de Educação Básica, Ilona Becskeházy, e o secretário-executivo Antonio Vogel. Ambos são vistos mais como opções temporárias.
Ilona tem apoio de olavistas e do próprio Nadalim. Vogel foi o responsável pela escolha da maioria da equipe de Weintraub e, como número dois da pasta, teria condições mais seguras de continuidade dos trabalhos.
O presidente gosta de seu chefe da Educação, mas tem sido convencido por seus ministros de que a manutenção de Weintraub prejudica o governo e intensifica a crise com outros Poderes, principalmente com o STF.
Em reunião ministerial de 22 de abril, Weintraub defendeu prisão de vagabundos, a começar pelo STF. O ministro voltou a reafirmar o posicionamento em manifestação no fim de semana, episódio que provocou desgaste considerado irreversível.