Carrefour da capital fica fechado até as 14h, sete dias depois da morte de João Alberto

As lojas do Carrefour na capital paraibana estiveram fechadas durante toda a manhã e início da tarde desta quinta-feira (26), dia que completa uma semana da morte de João Beto, cidadão negro que foi espancado e morto por seguranças brancos em uma unidade do supermercado em Porto Alegre.

As lojas do Carrefour na capital paraibana estiveram fechadas durante toda a manhã e início da tarde desta quinta-feira (26), dia que completa uma semana da morte de João Beto, cidadão negro que foi espancado e morto por seguranças brancos em uma unidade do supermercado em Porto Alegre.

O Carrefour anunciou que, em respeito ao luto da família de João Alberto Freitas, as lojas, em todo o país, permaneceriam fechadas até às 14h.

A unidade em que ocorreu o fato, que é a Passo D’Areia, na capital gaúcha, estará fechada durante o dia todo. As demais lojas no Brasil abriram no início da tarde.

“Para reforço da conscientização antirracista e tolerância zero a qualquer discriminação. Todo o resultado de vendas desta quinta e sexta-feira se somará ao resultado de vendas do último dia 20 de novembro no Fundo de Combate ao Racismo e Promoção da Diversidade criado pelo Carrefour, que já conta com o aporte inicial de R$ 25 milhões”, informou o Carrefour em nota. [Leia na íntegra abaixo].

Na quarta, seis dias da morte de João Alberto, a companheira da vítima disse que recebeu o primeiro contato da empresa, oferecendo conciliação. Não houve, contudo, nenhum termo ou valor citado pelas partes.

Os dois seguranças envolvidos no crime, Magno Braz Borges, de 30 anos, e Giovane Gaspar da Silva, de 24, que também é PM temporário, estão presos preventivamente.

A polícia prendeu também, na terça-feira (24), a agente de fiscalização da unidade do Carrefour onde João Alberto foi morto, Adriana Alves Dutra, de 51 anos. Segundo a delegada Vanessa Pitrez, diretora do Departamento de Homicídios, a polícia acredita que Adriana teve participação decisiva nas agressões sofridas por João Beto, porque ela teria poder de comando sobre os dois seguranças.

O crime

João foi assassinado após um desentendimento com uma funcionária do supermercado, que fica na Zona Norte da capital gaúcha.

A vítima teria falado algo e feito gestos para a fiscal, que chamou a segurança. João Beto fazia compras com a esposa, Milena Borges.

Os dois seguranças então conduziram João até o estacionamento. Ao chegar próximo, João desferiu um soco em um deles. Aí começaram as agressões. João foi derrubado no chão, levou socos e um dos seguranças chegou a ajoelhar sobre as costas dele. Uma análise preliminar do laudo de necropsia aponta a asfixia como provável causa da morte.

Uma ambulância foi chamada, mas João já estava morto.

Nota do Carrefour

“Em respeito ao luto da família de João Alberto Silveira Freitas e à sociedade brasileira, nesta quinta-feira, a loja Porto Alegre Passo D’Areia estará fechada durante o dia todo e as demais lojas no Brasil abrirão apenas após as 14h para reforço da conscientização antirracista e tolerância zero a qualquer discriminação. Todo o resultado de vendas desta quinta e sexta-feira se somará ao resultado de vendas do último dia 20 de novembro no Fundo de Combate ao Racismo e Promoção da Diversidade criado pelo Carrefour, que já conta com o aporte inicial de 25 milhões de reais.

Sabemos que nada trará a vida de João Alberto de volta, mas não vamos medir esforços para que a transformação necessária aconteça.

Queremos nos unir com todos aqueles que quiserem ajudar nessa luta. Isso é o só o começo de mudança profunda e necessária.

Continuaremos atualizando a sociedade sobre as próximas ações nas próximas duas semanas”.

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