Um foguete iraniano falhou hoje a colocação em órbita de um satélite, o mais recente revés de um programa que, segundo os Estados Unidos, ajuda a República Islâmica a avançar no desenvolvimento de mísseis balísticos.
Ahmad Hosseini, porta-voz do Ministério da Defesa citado pela televisão estatal, disse que o Irã lançou o satélite para o espaço "com sucesso", mas que não conseguiu colocar o Zafar 1 em órbita.
O lançamento do satélite de observação científica, a partir do porto espacial Imã Khomeini na província de Semnan, a cerca de 230 quilómetros a sudeste de Teerão, foi anunciado antes pelo ministro das Telecomunicações, Mohammad Javad Azari Jahromi.
O governo admitiu depois que o lançamento "falhou".
"Mas somos INVULNERÁVEIS. Temos outros satélites iranianos incríveis a chegar", adiantou na rede social Twitter.
Morteza Barari, chefe da agência espacial do Irão, indicou hoje antes do lançamento que o aparelho, com 113 quilogramas e capaz de realizar 15 voltas completas à Terra por dia, devia ser colocado em órbita a 530 quilômetros do planeta e tinha sido concebido para estar operacional "mais de 18 meses".
A sua principal missão será "recolher imagens", disse, enfatizando as necessidades do Irão nesta área, em particular para estudar e prevenir terremotos e desastres naturais e desenvolver a agricultura.
O fracasso de hoje ocorre depois de dois lançamentos falhados, os dos satélites Payam e Doosti, o ano passado, bem como de uma explosão de foguetes na plataforma de lançamento em agosto.
Os Estados Unidos alegam que tais lançamentos de satélites desrespeitam uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que apela ao Irão para não desenvolver atividades relacionadas com mísseis balísticos capazes de transportar armas nucleares.
Teerão afirma não ter qualquer projeto para obter a arma atômica e que os seus programas balísticos e espaciais são legais e não violam qualquer resolução da ONU.
Os Guardas da Revolução iranianos revelaram hoje um míssil balístico de curto alcance, que pode, dizem, ser projetado por um reator de "nova geração" concebido para colocar satélites em órbita.
Segundo o 'site' dos Guardas da Revolução, Sepahnews, o míssil Raad-500 foi equipado com os novos reatores Zoheir fabricados com materiais compostos mais leves que os anteriores modelos em aço.
No 'site' são ainda revelados os reatores Salman fabricados com os mesmos materiais, mas com um "bico propulsivo móvel" para o envio de satélites para o espaço.
Na última década o Irão colocou em órbita vários satélites.