O professor de Física Renato Nunes Ramalho, com o projeto “Reaproveitamento das águas pluviais e cinzas nas escolas do semiárido paraibano”, foi vencedor na categoria Ensino Médio do “Prêmio Professor Transformador”, que teve participação de professores de escolas dos quatro níveis da educação básica (Infantil, Fundamental I e II e Médio) de todo o Brasil.
A iniciativa foi plantada na Escola Cidadã Integral Professor Crispim Coelho, em Cajazeiras, e consiste na construção de um sistema hídrico sustentável, utilizando bambus como tubulação e caixas de geladeiras velhas para reservatório de água que será captada da chuva.
“Este trabalho vem sendo implementado desde o início da pandemia. No primeiro ano organizamos as ideias, no segundo desenvolvemos o protótipo e no fim deste ano temos a intenção de tornar isso tudo em uma startup”, explicou Renato.
Como funciona o sistema
O professor dá detalhes de como funciona o reaproveitamento da água da chuva, através do telhado da escola, e como ela será usada para beneficiar alunos e professores.
“Essa água será direcionada para o primeiro reservatório, tratada por filtros e destinado para outro reservatório pela tubulação de bambu, onde passará por outro tratamento químico para então ser utilizada. A água cinza, que é a água suja, será também captada em outros reservatórios e passará também por um tratamento antes de sua reutilização. Após o tratamento, essa água será reutilizada para uso comum na instituição e na irrigação de um pomar. A bomba de hidrogênio será responsável por impulsionar o fluido entre os reservatórios e a sua destinação final”, disse.
Retorno para a comunidade
Segundo Renato, o projeto tem o envolvimento direto de cinco alunos da Professor Crispim, mas que muitos outros estudantes acabam se envolvendo e ajudando em reflexões sobre o que deve ser feito.
Ele afirmou também que o impacto do projeto vai além dos muros da escola. “O impacto social do projeto resultou no desenvolvimento de uma cultura de cuidado ambiental na escola, na comunidade”, explicou.
A ideia é que o sistema, que deve começar a ser instalado em junho, seja um “piloto” para as demais escolas da rede estadual.
Ele citou os benefícios que a iniciativa pode trazer tanto para as escolas quanto para a comunidade em geral, como redução de custo diário das instituições, a criação de hortas e plantios que podem compor o cardápio escolar, por exemplo.
“É uma proposta que pensa no desenvolvimento tecnológico de maneira que não maltrate o planeta. A nossa missão é a sensibilização e a promessa de implementar uma cultura sustentável nas comunidades” afirmou Renato.
Premiação
O prêmio “Professor Transformador” foi promovido em conjunto pelo Instituto Significare e Bett Educar. No total, mais de 800 projetos foram inscritos e 12 chegaram às finais em quatro categorias, correspondentes a cada nível de ensino.
Além do projeto desenvolvido na Paraíba, o outro finalista do Nordeste, premiado também na categoria Ensino Médio, foi o professor Adilson Pontes da Silva, de Camutanga (PE).
Confira a lista de vencedores:
Ensino Infantil
1º lugar: “Eu e você: no nosso mundo, as nossas diferenças nos tornam iguais” – Andrea Lange – Joaçaba (SC)
2º lugar: “Liga da Reciclagem” – Valéria Mariano de Lima – Cubatão (SP)
3º lugar: “O Carteiro Chegou” – Alessandra de Melo – Luziânia (GO)
Ensino Fundamental I
1º lugar: “Câmara Mirim 2019” – Karina Letícia – (MG)
2º lugar: “Cadê o mosquito que estava aqui? O sapo comeu” – Eliane Babi Lohse – Castro (PR)
3º lugar: “Escola Humanizada: Acolher, Escutar e Pertencer” – Carlos Henrique Patrício – Magé (RJ)
Ensino Fundamental II
1º lugar: “Desiderata” – Celiana Mota – Brasília (DF)
2º lugar: “Shogi na Escola” – Luciano Sanches – Palmas (TO)
3º lugar: “Aquecendo Corações” – Wagner Severgnini – Caçador (SC)
Ensino Médio
1º lugar: “Reaproveitamento das águas pluviais e cinzas nas escolas do semiárido paraibano” – Renato Nunes Ramalho – Cajazeiras (PB)
2º lugar: “As verduras e legumes aproveitáveis e o extrato que dá gosto” – Adilson Pontes da Silva, de Camutanga (PE)
3º lugar: “Práticas corporais dos povos indígenas: corpo – cultura – inclusão – cidadania” – Marcelo Luiz de Souza – Rio de Janeiro (RJ)
