Está prevista para ter início na manhã desta segunda-feira (27) a primeira audiência de instrução do segundo processo que corre na justiça da Paraíba contra o Egídio de Carvalho Neto, o padre que atuou como diretor do Hospital filantrópico Padre Zé.
A audiência deve ocorrer no Fórum Criminal da Capital, no bairro de Jaguaribe, e é de responsabilidade da 4ª Vara Criminal.
A ação movida na justiça paraibana envolve a compra de computadores de forma possivelmente fraudulenta durante a administração de Egídio de Carvalho na unidade hospitalar.
Além dele, o processo tem como réus Amanda Duarte da Silva Dantas, ex-tesoureira do Hospital Padre Zé, e o empresário João Diógenes de Andrade Holanda.
Os atos ilegais que envolvem o processo são “crimes Praticados por Funcionários Públicos Contra a Administração em Geral (3547)” e “peculato (3548)”.
Primeira audiência do outro processo
A primeira audiência envolvendo o Padre Egídio ocorreu na última segunda-feira (20), e apurou desvios no Padre Zé.
Egídio de Carvalho é apontado como cabeça de um esquema criminoso de desvio de recursos públicos de mais de R$ 140 milhões.
A suspensão determinada pela Justiça aconteceu após um pedido da defesa do religioso. A audiência será retomada no dia 13 de junho.
A audiência foi presidida pelo juiz titular da 4ª Vara Criminal da Comarca de João Pessoa, José Guedes Cavalcanti Neto. Durante a sessão, foram ouvidos seis testemunhas de defesa do padre e uma da denúncia.
De acordo com a assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), a defesa do padre insistiu que o juiz ouça as testemunhas de defesa que não puderam comparecer nesta segunda. Esse foi o principal motivo para a suspensão da audiência.
“Foi ouvida a testemunha da denúncia, bem como seis testemunhas dos réus. A audiência foi suspensa porque a defesa de Egídio insistiu no depoimento das testemunhas faltosas. Por isso, os réus ainda não foram interrogados hoje. O ato foi redesignado para o dia 13 de junho. Nesse dia, serão ouvidas as testemunhas de defesa que serão indicadas, bem como serão interrogados os réus”, informou a assessoria do Tribunal de Justiça.
Padre Egídio e os desvios analisados pela Justiça
A prisão de Padre Egídio ocorreu após operação do Gaeco, em 17 de novembro de 2023, por meio da operação ‘Indignus’, realizada de forma conjunta entre o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado –(Gaeco) do Ministério Público do Estado da Paraíba (MPPB), Polícia Militar da Paraíba e pela Polícia Civil da Paraíba.
A operação teve como objetivo apurar os fatos que indicam possíveis condutas criminosas ocorridas no âmbito do Instituto São José, do Hospital Padre Zé e da Ação Social Arquidiocesana (ASA).
Segundo as investigações, há indícios de desvios de recursos públicos destinados a fins específicos, por meio da falsificação de documentos e pagamento de propinas a funcionários vinculados às referidas entidades.
Ao longo de pouco mais de 10 anos, os desvios no Hospital Padre Zé e na ASA teriam chegado a mais de R$ 140 milhões, conforme aponta até o momento as investigações da força-tarefa.
O suposto esquema montado pelo padre Egídio teria bancado desde vinhos no valor de R$ 1,500 à imóveis de luxo na beira-mar de João Pessoa.