A nomeação de Gleisi Hoffmann (PT) para a Secretaria de Relações Institucionais, responsável pela articulação política do governo, reacendeu as discussões sobre quem assumirá a Secretaria-Geral da Presidência. O presidente Lula (PT) avalia o nome do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) para substituir o atual titular da pasta, Márcio Macêdo (PT).
Boulos como possível articulador com movimentos sociais
Segundo interlocutores de Lula, o presidente já mencionou Boulos – seu candidato à Prefeitura de São Paulo no ano passado – em conversas sobre o novo titular da Secretaria-Geral, que tem entre suas funções a interlocução com movimentos sociais. Líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), o deputado tem um perfil combativo, similar ao de Gleisi, que foi escolhida para reforçar a defesa política do governo.
No entanto, a nomeação de Boulos poderia gerar um impasse partidário, já que o PSOL atualmente comanda o Ministério dos Povos Indígenas, com Sônia Guajajara. Algumas lideranças consideram que o partido, pelo seu tamanho, não deveria ocupar duas pastas no governo. Além disso, um segmento mais crítico dentro do PSOL defende distanciamento do Palácio do Planalto.
Aliados do deputado pressionam para que ele se filie ao PT, o que poderia facilitar sua nomeação sem gerar tensão entre os partidos.
Outros cotados para a Secretaria-Geral da Presidência
Outro nome cogitado para a Secretaria-Geral é o do advogado Marco Aurélio Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, alinhado ao governo. Carvalho foi um dos principais defensores de Lula nos processos da Operação Lava Jato e já esteve cotado para o cargo durante a formação do governo, em 2022.
Outros nomes que circularam como possíveis indicações para a pasta incluem os deputados federais José Guimarães (PT-CE) e Paulo Pimenta (PT-RS).
Reforma ministerial e influência de Lula
A Secretaria-Geral da Presidência não está no radar do Centrão, ao contrário da Secretaria de Relações Institucionais, para a qual partidos como MDB, PP e Republicanos tentaram indicar um nome. Como a pasta está diretamente ligada ao núcleo do governo, aliados de Lula afirmam que ele só nomeará alguém de sua confiança total, mantendo o perfil essencialmente petista no Palácio do Planalto.
Em conversas privadas, Lula já disse que considera Boulos mais petista do que alguns filiados ao PT. O presidente tem apreço e confiança no deputado, tendo sido um dos principais apoiadores de sua candidatura à Prefeitura de São Paulo, na qual o PSOL recebeu apoio formal do PT.
Apesar da confiança do presidente, a indicação de Boulos ainda depende de um acerto político entre o PT e o PSOL, o que pode impactar a definição do novo nome para a Secretaria-Geral da Presidência.