Coronavírus continua evoluindo rápido na PB após três meses

PB já soma 31.712 casos e 696 mortes, mas vai se adaptando no enfrentamento à pandemia e começa a buscar a retomada econômica

Nesta quinta-feira (18), a Paraíba completou três meses desde que foi registrado o primeiro caso de paciente infectado pelo novo coronavírus, causador da Covid-19. Até a última atualização local de dados sobre a pandemia, fornecida pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) em boletim divulgado nessa quarta-feira (17), o número total de casos notificados foi de 31.712, com 696 mortes. O primeiro óbito havia sido comunicado no dia 31 de março.

Se fizermos um recorte dos últimos 30 dias, no dia 18 de maio existiam na Paraíba 4.786 casos confirmados. Um mês depois este número cresceu 562%. Naquela ocasião, o estado já somava 207 mortes, quantidade que subiu 236% na última atualização. A evolução dos números da pandemia pode ser conferida no gráfico abaixo:

Também neste trimestre, 7.972 pacientes se recuperaram da doença (25% do total de casos). O estado tinha, até a atualização mais recente, 497 internados, sendo 269 em enfermarias e 228 em UTIs. Há também aqueles que não necessitaram de internação e permaneceram isolados em casa, sendo estes 22.547 pacientes (71% do total de casos). A partir de testes realizados na população, 27.347 casos foram descartados para Covid-19. O número de mortos representa 2,2% do total.

A pandemia da Covid-19 já atingiu 213 dos 223 municípios da Paraíba. O número mostra que 95,51% das cidades paraibanas já registraram pelo menos um caso do novo coronavírus. Apenas a Capital, João Pessoa, apresenta 8.952 casos, ou 28% do total, seguida por Campina Grande, com 4.783, 15% dos registros.

Flexibilização

Apesar de os números serem altos, sem aparente perspectiva de estabilização a curto prazo, o Estado deu início à flexibilização do isolamento social e da economia. As regras começaram a valer na última segunda-feira (15), a partir do que determina o decreto 40.304 do Governo do Estado, publicado no Diário Oficial do último sábado (13). Batizado de ‘Novo Normal Paraíba’, o plano estabelece a matriz de orientação para a retomada gradual e segura das atividades em todo o estado.

O Governo estabeleceu bandeiras com graduação em cores (vermelha, laranja, amarela e verde) para definir a situação de cada cidade paraibana e as possibilidades de retomada econômica e diminuição do isolamento.

Os impactos na economia, a própria evolução da pandemia e a estrutura montada para o atendimento dos pacientes têm pesado nas decisões do Estado em flexibilizar gradualmente um retorno a uma normalidade possível.

Queda no volume de serviços

A Paraíba registrou a 5ª maior redução do país no volume de serviços, em abril, no comparativo com março, de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatítica (IBGE) nessa quarta-feira (17). A queda de 19,2% foi o pior resultado da série histórica, iniciada em janeiro de 2011. O índice estadual ficou bem abaixo da média nacional, de -11,7%.

Essa também foi a terceira retração consecutiva no setor paraibano, que já havia recuado 2,8% em fevereiro e 5,7% em março. Em abril e no mês anterior, os resultados demonstram a forte influência das medidas de isolamento social, estabelecidas em todo o país, para conter o contágio da Covid-19.

Baixa nas vendas

O volume de vendas no comércio de varejo paraibano registrou queda de 17,7% em abril deste ano, em comparação a março, o pior resultado desde o início da série histórica, em fevereiro de 2000, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada na terça-feira (16), pelo IBGE. A segunda retração consecutiva no estado, que já havia apresentado índice negativo em março, foi maior do que a verificada nacionalmente, de 16,8%.

Além disso, no mês de abril a Paraíba assinalou a 8ª maior redução do país no volume de vendas. O principal impacto foi constatado no estado do Amapá, que teve variação negativa de 33,7%. Como o isolamento social começou apenas na segunda quinzena de março, essa foi a primeira vez que a pesquisa levantou resultados de um mês inteiro em que o país estava seguindo essa medida.

Fechamento de empregos formais

A Paraíba fechou 15.411 empregos formais, com carteira assinada, nos quatro primeiros meses de 2020, sendo mais de 8,3 mil somente em abril. É o pior resultado para o mês desde quando a medição começou a ser feita em 2004.

O saldo negativo identificado de janeiro a abril deste ano no estado é resultado de 36.810 contratações contra 52.221 desligamentos. No mês em questão, foram 3.294 admissões frente a 11.593 desligamentos. Os dados foram divulgados no dia 27 de maio pelo Cadastro Geral de Empregados Desempregados (Caged), da Secretaria Especial de Trabalho e Previdência do Ministério da Economia.

Diminuição da arrecadação

A Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz-PB) divulgou nessa quarta-feira um boletim sobre os impactos da Covid-19 na arrecadação estadual de impostos e no Fundo de Participação dos Estados (FPE).

Na publicação, a pasta, além de registrar uma retração de 29,47% do ICMS, IPVA e ITCD na 4ª semana de maio de 2020 sobre igual período de 2019, detalha ainda duas novidades. Na primeira, o repasse do FPE ao Governo da Paraíba, incluindo os valores do Apoio Financeiro pela União aos Estados Federativos, que aponta uma queda de 18,46% no mês de maio de 2020 sobre o ano anterior, enquanto na segunda mostra as perdas de receita própria, no trimestre de março a maio de 2020. Elas já somam R$ 214,4 milhões, em valores absolutos, sobre igual período de 2019.

Implantação de leitos

O aumento do número de leitos disponíveis para a parcela da população infectada que necessita de internação também é determinante para que as gestões estadual e municipais observem os riscos de colapso dos serviços de saúde e avaliem se os atendimentos podem ser feitos de forma adequada caso o número de pacientes cresça com o relaxamento das medidas restritivas.

Segundo o Plano de Contingência Estadual para Infecção Humana pelo coronavírus, divulgado neste mês de junho, está prevista, em parceria entre Ministério da Saúde, SES-PB e as Secretarias Municipais de Saúde de João Pessoa e Campina Grande, a instalação de 416 leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), dos quais 331 já estão disponíveis para utilização, restando ainda a implantação de mais 85.

Quanto aos leitos em enfermarias, a previsão é de instalação de 901 unidades, das quais 589 já estão disponíveis, restando 312.

Entre últimas estruturações divulgadas pelo Estado, o Complexo Hospitalar Regional Deputado Janduhy Carneiro, em Patos, no Sertão da Paraíba, ganhará, em breve, mais 10 leitos de UTI, além dos 20 que já estão em operação na unidade para o atendimento de pacientes com Covid-19.

Além dos 30 leitos de UTI, o Plano de Contingência do Estado também previu outros 23 leitos de Enfermarias Covid no Complexo, que já estão em funcionamento e à disposição dos pacientes que precisam de cuidados menos intensivos. Outra ação neste sentido, é a ampliação de leitos no Hospital do Bem. As obras no primeiro pavimento da unidade, que totalizará 30 leitos após a ampliação, já estão acontecendo.

Sobre o Plano de Contingência para o Sertão, além de Patos, as cidades de Cajazeiras, Pombal e Piancó também tiveram reforço de leitos nesta pandemia e, em um raio de 150 km há 60 leitos de UTI.

Menor taxa de letalidade do Nordeste

A Paraíba apresenta a menor taxa de mortalidade pela Covid-19 em todo o Nordeste. De acordo com o último levantamento da Fiocruz, a Paraíba figura no ranking regional com 2,3% de letalidade – considerando o quantitativo de casos confirmados e os óbitos no Estado – ficando inclusive abaixo da média nacional, que é de 5,05%.

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