Pior ano em uma década, 2023 registra 140 jornalistas mortos

Com a explosão de mortes de jornalistas em Gaza, o ano de 2023 registra o maior número de fatalidade entre profissionais da imprensa, desde 2012

Com a explosão de mortes de jornalistas em Gaza, desde outubro, o ano de 2023 registra o maior número de fatalidade entre profissionais da imprensa, desde 2012.

Os dados estão sendo publicados nesta quarta-feira pela Press Emblem Campaign, entidade com sede na Suíça e que monitora a violência contra a imprensa.

No total, 140 jornalistas foram mortos. Por região, o Oriente Médio liderou com 64% dos casos, ou 90 mortes, seguido pela América Latina com 20, Ásia com 12, África com 11, Europa com 4 e América do Norte com 3.

De acordo com o levantamento, 81 jornalistas foram vítimas em Gaza, quase um por dia desde que o conflito começou em outubro. A entidade “condena esses ataques indiscriminados, que não fazem distinção entre civis e combatentes do Hamas”.

“Embora seja difícil verificar se os jornalistas foram alvos intencionais ou não, o exército israelense tem destruído sistematicamente a mídia palestina em Gaza, bombardeando seus escritórios e instalações.” – Press Emblem Campaign.

Segundo a entidade, esse é o maior número de mortes na imprensa a em um conflito em um espaço de tempo tão curto. O grupo ainda “lamenta que o acesso da mídia estrangeira a Gaza permaneça impraticável devido às condições de segurança, o que impede a realização de reportagens independentes das partes envolvidas no conflito”.

México, Guatemala, Ucrânia
Fora da Faixa de Gaza, 59 jornalistas foram mortos em 27 países. A situação não melhorou no México, onde 9 jornalistas foram mortos, e se deteriorou na Guatemala, com 5 mortos. Quatro jornalistas morreram na guerra na Ucrânia, assim como 4 em Israel durante o ataque do Hamas em 7 de outubro.

Três vítimas foram registradas em Camarões, na Índia, no Líbano e no Paquistão. Duas vítimas foram registradas nos seguintes países: Afeganistão, Bangladesh, Haiti, Nigéria, Filipinas e Estados Unidos da América.

Argentina, Canadá, Colômbia, Egito, Honduras, Lesoto, Mali, Moçambique, Paraguai, Ruanda, Somália, Sudão e Síria tiveram uma morte de jornalista em cada país.

A ONG com sede em Genebra pede que os responsáveis por esses crimes sejam levados à Justiça o mais rápido possível. Em particular, eles insistem que a ONU deva investigar as circunstâncias exatas em que os jornalistas palestinos foram mortos desde 7 de outubro.

Aumento de mais de 20%
Em comparação com 2022, um ano marcado pelo início da guerra na Ucrânia e com 116 mortos, o aumento no número de vítimas é de pouco mais de 20%. Em 2012, o ano mais mortal desde o início do século, 141 jornalistas foram mortos, incluindo 35 na guerra na Síria.

Nos últimos cinco anos (2019 a 2023), os territórios mais perigosos para os profissionais da mídia foram a Faixa de Gaza (Palestina), com 81 mortos, seguida pelo México, com 61, e pela Ucrânia, com 39.

Em seguida, vieram o Paquistão, com 32 mortes, a Índia, com 31, o Afeganistão, com 29, as Filipinas, com 19, Honduras, com 14, e a Síria, com 14, seguidos pelo Haiti, com 12, e pela Somália, com 10.

Nos últimos dez anos (2014 a 2023), 1.147 profissionais da mídia foram mortos, uma média de 2,2 por semana.

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