A Paraíba está entre os estados, onde a Polícia Federal cumpre 50 mandados de busca e apreensão, nesta terça-feira (29). A Operação Bouchonée apura o desvio de R$ 16 milhões, em recursos públicos, por meio de contratações fraudulentas. Em João Pessoa, uma ordem judicial é cumprida em um endereço residencial.
Conforme as investigações, para lavar o dinheiro desviado de órgãos públicos, os suspeitos se valeram de lojas de vinhos. Somente uma delas recebeu transferências de mais de 3 milhões de reais da empresa investigada, no curto período de 4 meses.As investigações miram os contratos de uma empresa do ramo de Tecnologia da Informação com o Ministério da Integração Nacional, INSS e FUNASA, entre 2017 e 2018.
Além da Paraíba, mandados também são cumpridos em endereços situados no Distrito Federal, Goiás, Rio de Janeiro, Ceará e Rio Grande do Norte. Além dessas ordens judiciais, a Justiça Federal também determinou o bloqueio do valor aproximado de 22 milhões nas contas dos investigados, além do afastamento de servidores públicos de suas funções e proibição da empresa investigada de firmar novos contratos.
Conforme a PF, os investigados criaram um “kit adesão”, com minutas e modelos de documentos necessários para que outros órgãos formalizassem a adesão à ata de registro de preços do Ministério da Integração. Esse “kit adesão” era repassado aos servidores públicos cooptados, que, mediante o pagamento de propina, iniciavam o processo de adesão à ata do MI.
Os envolvidos responderão pelos crimes de peculato, organização criminosa, lavagem de dinheiro, fraude à licitação, falsificação de documento particular, corrupção ativa e passiva, com penas que, se somadas, podem chegar a mais de 50 anos de prisão.