Motorista de carro depredado em ato golpista em JP nega atropelamento intencional

Caso aconteceu em frente ao Grupamento de Engenharia do Exército, na Avenida Epitácio Pessoa

A motorista do carro depredado em um ato de bolsonaristas em João Pessoa, na noite desta quarta-feira (2), negou que tenha atropelado pessoas propositalmente. A geógrafa Flávia Bonolo foi presa em flagrante por embriaguez ao volante, por se recusar a fazer o bafômetro no momento da abordagem policial, e por lesão corporal.

De acordo com a defesa de Flávia, ela teria se negado a fazer o teste no local, mas na delegacia teria se colocado à disposição para o exame, que não foi feito.

Ela foi liberada após fiança de R$ 600. As pessoas que depredaram o veículo não foram detidas.

O caso aconteceu em frente ao Grupamento de Engenharia do Exército, na Avenida Epitácio Pessoa, onde acontecia a manifestação de um grupo bolsonarista.

Conforme os relatos de Flávia, ela foi hostilizada pelos bolsonaristas ao tentar passar pelo local, pois seu carro estava com adesivos do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“A gente começou a ser hostilizada de forma mais branda, com aquelas coisas que já são comuns de verem nessas manifestações: arminha, gritos, esse tipo de hostilidade. Em certo momento, começaram a jogar coisas no carro. Jogaram água na minha cara, e nessa hora comecei a ficar nervosa. Jogaram cascas de banana no carro e lata de cerveja. Tentei fechar a janela mas não consegui”, afirmou Flávia.

Após jogar objetos contra o veículo, o grupo passou a agredi-la, e esse teria sido o momento em que ela tentou sair do lugar e acabou atropelando pessoas que estavam na avenida. De acordo com a polícia, três pessoas alegaram terem sido atingidas pelo carro e prestaram depoimento.

“Começaram a me agredir, me puxaram, inclusive tenho marcas, hematomas. Minha roupa foi rasgada, eu percebi que meu carro estava sendo linchado, quebraram o para-brisa do carro e eu tirei meu carro, que foi o momento que estão dizendo que eu quis atropelar as pessoas”, disse.

A motorista negou que tivesse a intenção de atropelar o grupo, e afirmou que tem provas que mostram que estava sendo agredida antes de tirar o carro em direção às pessoas.

“Temos provas materiais, temos vídeos que mostram que o para-brisa do meu carro já estava quebrado antes de eu tirar meu carro do meio das pessoas, que foi o que fez que eles viessem pra cima do meu carro mesmo. Dá pra ver no vídeo que eu movi o meu carro e freei, dá pra ver a luz de freio, eu não tinha intenção nenhuma de seguir com o carro, a intenção era sair do meio de um linchamento, e quando tirei o carro vieram pra cima, colocaram a mão pra tirar a chave da ignição, meu carro travou, a PM chegou e cercou o carro”, relatou.

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