Médicos podem paralisar atividades no Trauma; Governo pede diálogo

Os médicos do Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa podem paralisar as atividades a partir deste sábado (28), com o fim do contrato entre o Governo do Estado e a organização social Acqua, substituta da Cruz Vermelha Gaúcha na unidade. No início da semana, o governador João Azevêdo anunciou o fim dos contratos com as organizações sociais na área da Saúde.

A categoria aguarda uma “proposta clara” do governo, com contrato, prazo e valores, para os serviços não sofrerem interrupção. Na noite desta sexta-feira (27), está agendada uma assembleia geral promovida pelo Sindicato dos Médicos. “Não há uma ameaça de greve, os contratos se encerram hoje e aguardamos que o governo possa enviar a sua proposta até o fim da assembleia”, disse o presidente do sindicato, Marnio Costa.

Em nota conjunta, o Conselho Regional de Médica da Paraíba (CRM-PB), a Associação Médica da Paraíba e o Sindicato dos Médicos, manifestaram preocupação com a possibilidade de descontinuação da prestação de assistência à saúde. “Tal situação foi originada pelo encerramento dos contratos com as ORGANIZAÇÕES SOCIAIS sem que, até o presente momento, tenha havido a publicação oficial por parte dos GESTORES ESTADUAIS sobre a solução imediata para este grave problema”, escreveram.

O fim dos contratos com as organizações sociais foi uma medida tomada pelo governador João Azevêdo após os desdobramentos da Operação Calvário, que desvendou um esquema de corrupção que desviou mais de R$ 130 milhões na Saúde da Paraíba nos últimos oito anos, através de contratos com organizações sociais. Os ex-secretários de Saúde, Waldson Sousa e Cláudia Verás, além do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), tiveram pedidos de prisão pela força-tarefa do Gaeco, do Ministério Público, e da Polícia Federal. Do trio, apenas o primeiro segue preso. Foragida, Verás conseguiu habeas corpus, a exemplo de Coutinho, que passou duas noites preso.

Governo aberto ao diálogo 

O secretário de Saúde do Estado, Geraldo Medeiros, disse ao Portal MaisPB, que o governo está aberto ao diálogo e não irá permitir a descontinuação do serviço.

“Ainda na segunda-feira estivemos no Hospital de Trauma e informamos que a transição seria tranquila e que durante o período da gestão própria do estado os servidores seriam pagos através de um contrato provisório e os médicos através de pessoa jurídica até abril”, afirmou. “O governo está aberto ao diálogo, o que não pode acontecer é a desassistência à população, o Governo não vai permitir isso”, frisou.

NOTA

As entidades médicas vêm a público externar a sua preocupação com a possibilidade de descontinuação da prestação de assistência à saúde na rede hospitalar do Estado da Paraíba, em especial no Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena em João Pessoa e no Hospital Geral de Mamanguape.
Tal situação foi originada pelo encerramento dos contratos com as ORGANIZAÇÕES SOCIAIS sem que, até o presente momento, tenha havido a publicação oficial por parte dos GESTORES ESTADUAIS sobre a solução imediata para este grave problema.
Desta forma, clamamos aos entes públicos a mais pronta resolução da situação, a fim de que sejam mantidos os atendimentos médicos nas referidas instituições, sem prejuízo à população.

João Pessoa, 27 de dezembro de 2019

CONSELHOR REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DA PARAÍBA
ASSOCIAÇÃO MÉDICA DA PARAÍBA
SINDICADO DOS MÉDICOS DA PARAÍBA

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